terça-feira, 21 de junho de 2011

O acidente de Chernobyl

O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas,[2] resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.

Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.

O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.[2] O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.




  O acidente




Sábado, 26 de abril de 1986, à 1:23:58 a.m. hora local, o quarto reator da usina de Chernobil - conhecido como Chernobil-4 - sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e um derretimento nuclear.

Causas

Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do acidente. A primeira foi publicada em agosto de 1986, e atribuiu a culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em 1991 e atribuiu o acidente a defeitos no projeto do reator RBMK, especificamente nas hastes de controle. Ambas teorias foram fortemente apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobil, e o governo. Alguns especialistas independentes agora acreditam que nenhuma teoria estava completamente certa. Na realidade o que aconteceu foi uma conjunção das duas, sendo que a possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado pelo erro humano.

Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, engenheiro chefe responsável pela realização de testes nos reatores, mesmo sabendo que o reator era perigoso em algumas condições e contra os parâmetros de segurança dispostos no manual de operação, levou a efeito intencionalmente a realização de um teste de redução de potência que resultou no desastre. A gerência da instalação era composta em grande parte de pessoal não qualificado em RBMK: o diretor, V.P. Bryukhanov, tinha experiência e treinamento em usina termo-elétrica a carvão. Seu engenheiro chefe, Nikolai Fomin, também veio de uma usina convencional. O próprio Anatoli Dyatlov, ex-engenheiro chefe dos Reatores 3 e 4, somente tinha "alguma experiência com pequenos reatores nucleares".

Em particular:

  • O reator tinha um fração de vazio positivo perigosamente alto. Dito de forma simples, isto significa que se bolhas de vapor se formam na água de resfriamento, a reação nuclear se acelera, levando à sobrevelocidade se não houver intervenção. Pior, com carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros fatores, os quais tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores não tinham conhecimento deste perigo e isto não era intuitivo para um operador não treinado.
  • Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de controle. Num reator nuclear, hastes de controle são inseridas no reator para diminuir a reação. Entretanto, no projeto do reator RBMK, as pontas das hastes de controle eram feitas de grafite e os extensores (as áreas finais das hastes de controle acima das pontas, medindo um metro de comprimento) eram ocas e cheias de água, enquanto o resto da haste - a parte realmente funcional que absorve os nêutrons e portanto pára a reação - era feita de carbono-boro. Com este projeto, quando as hastes eram inseridas no reator, as pontas de grafite deslocavam uma quantidade do resfriador (água). Isto aumenta a taxa de fissão nuclear, uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons mais potente. Então nos primeiros segundos após a ativação das hastes de controle, a potência do reator aumenta, em vez de diminuir, como desejado. Este comportamento do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado seria que a potência começasse a baixar imediatamente), e, principalmente, não era de conhecimento dos operadores.
  • Os operadores violaram procedimentos, possivelmente porque eles ignoravam os defeitos de projeto do reator. Também muitos procedimentos irregulares contribuíram para causar o acidente. Um deles foi a comunicação ineficiente entre os escritórios de segurança (na capital, Kiev) e os operadores encarregados do experimento conduzido naquela noite.

É importante notar que os operadores desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator, o que era proibido pelos guias técnicos publicados, a menos que houvesse mau funcionamento.

De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto de 1986, os operadores removeram pelo menos 204 hastes de controle do núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O mesmo guia (citado acima) proibia a operação do RBMK-1000 com menos de 15 hastes dentro da zona do núcleo.

Cronologia




Dia 25 de abril de 1986, o reator da Unidade 4 estava programado para ser desligado para manutenção de rotina. Foi decidido usar esta oportunidade para testar a capacidade do gerador do reator para gerar suficiente energia para manter seus sistemas de segurança (em particular, as bombas de água) no caso de perda do suprimento externo de energia. Reatores como o de Chernobil têm um par de geradores diesel disponível como reserva, mas eles não são ativados instantaneamente – o reator é portanto usado para partir a turbina, a um certo ponto a turbina seria desconectada do reator e deixada a rodar sob a força de sua inércia rotacional, e o objetivo do teste era determinar se as turbinas, na sua fase de queda de rotação, poderiam alimentar as bombas enquanto o gerador estivesse partindo. O teste foi realizado com sucesso previamente em outra unidade (com as medidas de proteção ativas) e o resultado foi negativo (isto é, as turbinas não geravam suficiente energia, na fase de queda de rotação, para alimentar as bombas), mas melhorias adicionais foram feitas nas turbinas, o que levou à necessidade de repetir os testes.

A potência de saída do reator 4 devia ser reduzida de sua capacidade nominal de 3,2 GW para 700 MW a fim de realizar o teste com baixa potência, mais segura. Porém, devido à demora em começar a experiência, os operadores do reator reduziram a geração muito rapidamente, e a saída real foi de somente 30 MW. Como resultado, a concentração de nêutrons absorvendo o produto da fissão, xenon-135, aumentou (este produto é tipicamente consumido num reator em baixa carga). Embora a escala de queda de potência estivesse próxima ao máximo permitido pelos regulamentos de segurança, a gerência dos operadores decidiu não desligar o reator e continuar o teste. Ademais, foi decidido abreviar o experimento e aumentar a potência para apenas 200 MW. A fim de superar a absorção de neutrons do excesso de xenon-135, as hastes de controle foram puxadas para fora do reator mais rapidamente que o permitido pelos regulamentos de segurança. Como parte do experimento, à 1:05 de 26 de abril, as bombas que foram alimentadas pelo gerador da turbina foram ligadas; o fluxo de água gerado por essa ação excedeu o especificado pelos regulamentos de segurança. O fluxo de água aumentou à 1:19 – uma vez que a água também absorve nêutrons. Este adicional incremento no fluxo de água requeria a remoção manual das hastes de controle, produzindo uma condição de operação altamente instável e perigosa.

À 1:23, o teste começou. A situação instável do reator não se refletia, de nenhuma maneira, no painel de controle, e não parece que algum dos operadores estivesse totalmente consciente do perigo. A energia para as bombas de água foi cortada, e como elas foram conduzidas pela inércia do gerador da turbina, o fluxo de água decresceu. A turbina foi desconectada do reator, aumentando o nível de vapor no núcleo do reator. À medida que o líquido resfriador aquecia, bolsas de vapor se formavam nas linhas de resfriamento. O projeto peculiar do reator moderado a grafite RBMK em Chernobil tem um grande coeficiente de vazio positivo, o que significa que a potência do reator aumenta rapidamente na ausência da absorção de nêutrons da água, e nesse caso a operação do reator torna-se progressivamente menos estável e mais perigosa.

À 1:23 os operadores pressionaram o botão AZ-5 (Defesa Rápida de Emergência 5) que ordenou uma inserção total de todas as hastes de controle, incluindo as hastes de controle manual que previamente haviam sido retiradas sem cautela. Não está claro se isso foi feito como medida de emergência, ou como uma simples método de rotina para desligar totalmente o reator após a conclusão do experimento (o reator estava programado para ser desligado para manutenção de rotina). É usualmente sugerido que a parada total foi ordenada como resposta à inesperada subida rápida de potência. Por outro lado Anatoly Syatlov, engenheiro chefe da usina Nuclear de Chernobil na época do acidente, escreveu em seu livro:

<><> <><> <><> <><> <><>
Cquote1.pngAntes de 01:23, os sistemas do controle central... não registravam nenhuma mudança de parâmetros que pudessem justificar a parada total. A Comissão...juntou e analisou grande quantidade de material, e declarou em seu relatório que falhou em determinar a razão pela qual a parada total foi ordenada. Não havia necessidade de procurar pela razão. O reator simplesmente foi desligado após a conclusão do experimento.Cquote2.png

Devido à baixa velocidade do mecanismo de inserção das hastes de controle (20 segundos para completar), as partes ocas das hastes e o deslocamento temporário do resfriador, a parada total provocou o aumento da velocidade da reação. O aumento da energia de saída causou a deformação dos canais das hastes de controle. As hastes travaram após serem inseridas somente um terço do caminho, e foram portanto incapazes de conter a reação. Por volta de 1:23:47, o a potência do reator aumentou para cerca de 30GW, dez vezes a potência normal de saída. As hastes de combustível começaram a derreter e a pressão de vapor rapidamente aumentou causando uma grande explosão de vapor, deslocando e destruindo a cobertura do reator, rompendo os tubos de resfriamento e então abrindo um buraco no teto.

Para reduzir custos, e devido a seu grande tamanho, o reator foi construído com somente contenção parcial. Isto permitiu que os contaminantes radioativos escapassem para a atmosfera depois que a explosão de vapor queimou os vasos de pressão primários. Depois que parte do teto explodiu, a entrada de oxigênio – combinada com a temperatura extremamente alta do combustível do reator e do grafite moderador – produziu um incêndio da grafite. Este incêndio contribuiu para espalhar o material radioativo e contaminar as áreas vizinhas.

Há alguma controvérsia sobre a exata sequência de eventos após 1:22:30 (hora local) devido a inconsistências entre declaração das testemunhas e os registros da central. A versão mais comumente aceita é descrita a seguir. De acordo a esta teoria, a primeira explosão aconteceu aproximadamente à 1:23:47, sete segundos após o operador ordenar a parada total. É algumas vezes afirmado que a explosão aconteceu antes ou imediatamente em seguida à parada total (esta é a versão do Comitê Soviético que estudou o acidente). Esta distinção é importante porque, se o reator tornou-se crítico vários segundos após a ordem de parada total, esta falha seria atribuída ao projeto das hastes de controle, enquanto a explosão simultânea à ordem de parada total seria atribuída à ação dos operadores. De fato, um fraco evento sísmico foi registrado na área de Chernobil à 1:23:39. Este evento poderia ter sido causado pela explosão ou poderia ser coincidente. A situação é complicada pelo fato de que o botão de parada total foi pressionado mais de uma vez, e a pessoa que o pressionou morreu duas semanas após o acidente, envenenada pela radiação.

 

 

  Sequência de eventos



 


  • 26 de abril de 1986 - Acidente no reator 4, da Central Elétrica Nuclear de Chernobil. Aconteceu à noite, entre 25 e 26 de abril de 1986, durante um teste. A equipe operacional planejou testar se as turbinas poderiam produzir energia suficiente para manter as bombas do líquido de refrigeração funcionando, no caso de uma perda de potência, até que o gerador de emergência, a óleo diesel, fosse ativado. Para prevenir o bom andamento do teste do reator, foram desligados os sistemas de segurança. Para o teste, o reator teve que ter sua capacidade operacional reduzida para 25%. Este procedimento não saiu de acordo com planejado. Por razões desconhecidas, o nível de potência de reator caiu para menos de 1% e por isso a potência teve que ser aumentada. Mas 30 segundos depois do começo do teste, houve um aumento de potência repentina e inesperada. O sistema de segurança do reator, que deveria ter parado a reação de cadeia, falhou. Em frações de segundo, o nível de potência e temperatura subiram em demasia. O reator ficou descontrolado. Houve uma explosão violenta. A cobertura de proteção, de 1000 toneladas, não resistiu. A temperatura de mais de 2000°C, derreteu as hastes de controle. A grafite que cobria o reator pegou fogo. Material radiativo começou a ser lançado na atmosfera.

  • de 26 de abril até 4 de maio de 1986 - a maior parte da radiação foi emitida nos primeiros dez dias. Inicialmente houve predominância de ventos norte e noroeste. No final de abril o vento mudou para sul e sudeste. As chuvas locais frequentes fizeram com que a radiação fosse distribuída local e regionalmente.





 

O "sarcófago" que abriga o reator 4, construído para conter a radiação liberada pelo acidente.

  • 29 de abril de 1986 - o acidente nuclear de Chernobil foi divulgado como notícia pela primeira vez, na Alemanha.

  • até 5 de maio 1986 - durante os 10 dias após o acidente, 130 mil pessoas foram evacuadas.

  • 6 de maio de 1986 - cessou a emissão radioativa.



  • Novembro de 1986 - o "sarcófago" que abriga o reator foi concluído. Ele destina-se a absorver a radiação e conter o combustível remanescente. Considerado uma medida provisória e construído para durar de 20 a 30 anos, seu maior problema é a falta de estabilidade, pois, como foi construído às pressas, há risco de ferrugem nas vigas.

  • 1989 - o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6 da usina.

  • 12 de dezembro de 2000 - depois de várias negociações internacionais, a usina de Chernobil foi desativada.

Chernobyl


1 imagem : Chernobyl antes do acidente .
2 imagem : Chernobyl depois do acidente .

sábado, 11 de junho de 2011

Maquete de Hiroshima depois do bombardeamento:

Ficheiro:Hiroshima Bomb After.JPG

Maquete de Hiroshima antes do bombardeamento:

Ficheiro:Hiroshima Bomb Before.JPG

Os dias que abalaram o mundo:

Um dos dias que abalaram o mundo

Hiroshima
Em agosto o mundo relembra com muito pesar os 61 anos do maior crime de guerra já desferido contra a humanidade. O holocausto nuclear contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Crime do qual jamais seus culpados foram sequer acusados, muito pelo contrário, foram saudados como heróis em todo o mundo simplesmente por terem vencido a guerra e movido uma propaganda capaz de fazer o mundo inteiro se esquecer do horror nuclear.
Mas muitos ainda não se esqueceram do verdadeiro culpado dessa verdadeira história de horror, a maior nação terrorista de todo o planeta, os Estados Unidos da América, e provoca o leitor a conhecer um pouco mais sobre o que a grande mídia mundial insiste em fazer-nos esquecer. Os crimes de Hiroshima e Nagasaki. Aqui você verá um pouco do que realmente ocorreu e que pode ser facilmente comprovado por documentos públicos estadunidenses considerados ultra-secretos e que foram recentemente abertos à população.
150 mil civis inocentes são condenados à morte por Harry Truman. Primeira e única nação do mundo a jogar bombas atômicas sobre civis
Em Agosto de 1945 os Estados Unidos da América entraram para a história mundial por ser a primeira e única nação a despejar o terror atômico sobre enormes populações de civis. Com a II guerra mundial praticamente acabada e sem ter podido justificar o gasto de 2.6 bilhões de dólares no Projeto Manhattan (projeto de construção da bomba atômica), Harry Truman busca oportunidades para jogar uma, ou quem sabe até mais, de suas bombas envenenadas sobre cidades inimigas e demonstrar ao mundo o tamanho do poder que os Estados Unidos detinham na mão. O povo estadunidense já estava sendo “envenenado” há muito tempo por sua mídia tendenciosa que os fazia crer que a bomba atômica daria fim a uma guerra e salvaria vidas, já que seus filhos voltariam da guerra. De acordo com Peter Scowen, autor do Livro Negro dos Estados Unidos, “para os estadunidenses, a detonação das bombas em Hiroshima e Nagasaki foram ações militares realizadas contra uma nação despótica que só podia culpar a si mesmo pelo sofrimento de seu povo. (…) Havia até um fervor religioso no desempenho estadunidense, pelo menos na cabeça de Truman: “… Agradecemos a Deus por [a bomba] ter vindo a nós ao invés de nossos inimigos; e oramos para que Ele nos guie para usa-la a Sua maneira e com Seus propósitos…” . Pior que isso, só mesmo uma reveladora pesquisa que mostra o desejo dos estadunidenses em substituir um genocídio por outro. Ainda de acordo com Scowen, “…Uma pesquisa do Gallup feita em dezembro de 1944 revelou que 13% dos estadunidenses eram a favor da eliminação do povo japonês por meio do genocídio…”
Infelizmente para os planos de Truman, a Alemanha havia assinado rendição incondicional em Maio de 1945 logo após o suicídio de Adolf Hitler. A Itália já havia se rendido anteriormente quando da prisão e assassinato de Mussolini. Naquele momento só restara o Japão. Ao ver-se sem muitas alternativas para concretizar seus planos, Truman se apega na última oportunidade que lhe apareceu ao alegar a não rendição incondicional do Japão, que insistia em manter seu reverenciado imperador. Grandes estrategistas de guerra desaconselharam o presidente a utilizar as armas atômicas, propondo como alternativa um grande bloqueio marítimo, aliado à entrada da Rússia na frente do Pacífico e mais os bombardeios focados em alvos militares. De acordo com esses especialistas, essas manobras seriam suficientes para acabar com a guerra até Julho de 1945. Mesmo assim, Truman simplesmente ignorou-os e, utilizando o mote da não rendição incondicional, decidiu o destino de duas cidades e centenas de milhares de vidas humanas.
Alvos escolhidos: Hiroshima e Nagasaki
O plano original previa ataques com bombas atômicas a quatro cidades japonesas. O comitê de alvos do projeto Manhattan decidira atacar Hiroshima, pois segundo as minutas das reuniões desse comitê, em razão de seu tamanho e planta, “… grande parte da cidade seria extensamente danificada…”, Nagasaki e Kyoto, pois, ainda de acordo com essas minutas, Kyoto “…era um centro intelectual do Japão e seu povo é mais capaz de avaliar o significado de uma arma assim…” 1
Assim, no fatídico dia 06 de Agosto de 1945, movidos além de tudo por um sentimento indissimulável de vingança pelo ataque japonês à base militar de Pearl Harbor, aviões estadunidenses se aproximaram do primeiro alvo a sofrer os horrores das armas nucleares. Hiroshima, a então sétima maior cidade japonesa, com 350 mil habitantes, foi atacada por Little Boy, que até o fim do ano de 1945, decretou a morte de aproximadamente 150 mil japoneses, dos quais apenas 20 mil eram militares. Não satisfeitos com tamanha atrocidade e apenas três dias depois do primeiro ataque, como se fosse possível preparar uma declaração total de rendição incondicional em três dias, os estadunidenses atacaram a segunda cidade-alvo no dia 09 de agosto. Nagasaki e seus 175 mil habitantes foram a vítima de Fat Man, segunda e mais poderosa bomba, que vitimou aproximadamente 70 mil seres humanos na contabilidade macabra feita em dezembro de 1945.
Os efeitos nefastos de Little Boy e Fat Man
Se analisarmos brevemente o número de vítimas de little boy e fat man, 40% da população original das cidades de Hiroshima e Nagasaki morreram na contagem feita em dezembro de 1945. Estes números ainda não refletem a realidade do verdadeiro montante de vítimas das bombas, uma vez que milhares de outras pessoas morreram posteriormente em decorrência dos nocivos efeitos da radiação. Em uma comparação meramente ilustrativa, é como se nos ataques de 11 de Setembro, ao invés de terem morrido três mil pessoas, aproximadamente quatro milhões de nova-iorquinos tivessem perdido sua vida no World Trade Center. E isso não é tudo, pois os efeitos da bomba não são apenas a morte e a destruição imediatas. Até hoje continuam morrendo pessoas vítimas de câncer herdado geneticamente de seus pais e avós, além de ser possível encontrarmos ainda hoje, milhares de pessoas com deformações físicas, câncer congênito, problemas de esterilidade e outras doenças decorrentes da liberação radioativa sobre essas cidades em 1945.
De acordo com estudos realizados nos escombros das cidades, praticamente todas as pessoas que estavam até 1 km do centro da explosão foram mortas instantaneamente (86%). As bombas explodiram nos centros das cidades e pulverizaram escolas, escritórios, prisões, lares, igrejas e hospitais. No centro do ataque, tudo virou pó, não havia cadáveres. Mais longe do ponto zero havia corpos espalhados por toda parte, inclusive de bebês e crianças. De acordo com Peter Scowen, “Yosuke Yamahata foi enviado pelo exército japonês para fotografar Nagasaki no dia seguinte ao bombardeio. Suas fotos mostram uma cidade completamente aplainada, homogeneamente alisada. (…) Ele tirou fotos de uma mãe morrendo de envenenamento radioativo e amamentando seu bebê, também à morte; fotos de fileiras de cadáveres, pais tentando, inutilmente, cuidar das queimaduras no corpinho de seus filhos. Yamahata morreu de câncer em 1966, com 48 anos”. As vítimas da radiação apresentam febre e hemorragias arroxeadas na pele, depois surge a gangrena e o cabelo cai. Esta morte dolorosa, tão parecida com o envenenamento por gás mostarda na tortura lenta que provoca, não era coisa na qual os estadunidenses desejariam que o público se concentrasse após o lançamento das bombas, afinal, os Estados Unidos da América haviam assinado tratados em 1889 e 1907 que baniam o uso de “armas envenenadas” na guerra. Pior que isso, os Estados Unidos haviam concordado com uma resolução de 1938 da Liga das Nações que tornava ilegal o bombardeio intencional a civis. Ou seja, com os ataques de Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos simplesmente ignorou todos os tratados que haviam assinado até então.
Os verdadeiros motivos por trás do bombardeio
Os verdadeiros objetivos por trás dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki ficaram obscuros durante muito tempo. Na época foi alegada a resistência dos japoneses em aceitar rendição incondicional, já que os Estados Unidos exigia a deposição do imperador japonês e eles não aceitavam essa condição. Dwight Eisenhower, general americano que futuramente se tornaria presidente, disse que “O Japão estava buscando alguma forma de render-se com uma perda mínima de aparência (…) não era necessário golpeá-lo com aquela coisa” 2. Com a recente liberação de documentos e diários antes considerados ultra-secretos, hoje já se pode concluir documentalmente que o principal objetivo por trás dos ataques a Hiroshima e Nagasaki foi a necessidade de enviar uma mensagem clara à União Soviética, que vinha se expandindo pelo leste europeu (Polônia, Romênia, Hungria), de que os Estados Unidos tinham em mãos uma arma poderosa e que não hesitariam em utilizá-la caso fosse necessário. Ainda de acordo com Peter Scowen, “… já em 1944 os americanos haviam considerado a arma um trunfo em suas relações com Stalin e Truman acreditava que uma exibição pública da capacidade da bomba iria tornar a URSS mais manejável na Europa…”. Quanto a motivação do ataque, o próprio governo estadunidense acaba por se contradizer na hipótese de que teria sido a não rendição incondicional do Japão. No dia 10 de agosto, apenas um dia após a explosão de Nagasaki, o Japão entrega sua rendição assinada e os Estados Unidos abandonam a idéia da rendição incondicional alegando que se o imperador continuasse no poder isso permitiria uma ocupação mais ordeira pelas tropas estadunidenses.
Ironicamente, ao contrário do que desejavam os estadunidenses liderados por Harry Truman, a demonstração pública do poder da bomba atômica fez os líderes de todas as nações tremerem, mas, ao invés de ficarem sentados esperando que os Estados Unidos deixasse seu poder nuclear nas mãos da ONU, todos queriam ter tal poder nas mãos, especialmente a União Soviética que, liderada por Josef Stálin, deu início a Guerra Fria e a corrida armamentista nuclear, que só iria arrefecer praticamente 45 anos após os bombardeios, com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas sob a liderança de Mikail Gorbatchev.

Conseqüências e riscos à saúde que as bombas nucleares trazem:

Conseqüências e riscos à saúde

A detonação de uma bomba nuclear sobre um alvo como uma cidade populosa provoca danos imensos. O grau dos danos dependerá da distância de onde o centro da bomba é detonado, chamado de hipocentro ou marco zero. Quanto mais próximo alguém estiver do hipocentro, maior será o grau de danos sérios. Os danos são causados por diversos aspectos:
  • uma onda de calor intenso de uma explosão;
  • pressão da onda de choque criada pela detonação;
  • radiação;
  • precipitação radioativa (nuvens de finas partículas de poeira radioativa e resíduos da bomba que voltam a cair no solo).
No local do hipocentro, tudo será imediatamente vaporizado devido à alta temperatura (até 500 milhões de graus Fahrenheit ou 300 milhões de graus Celsius). Fora do hipocentro, a maioria das ocorrências são causadas devido a queimaduras ocasionadas pelo calor, ferimentos devido a estilhaços aéreos dos edifícios derrubados pela onda de choque e exposição à alta radiação. Fora da área imediata da detonação, as ocorrências são causadas pelo calor, radiação e incêndios gerados pela onda de calor. A longo prazo, a precipitação radioativa ocorre sobre uma área mais ampla devido a espirais de vento antecedentes. As partículas de precipitação radioativa penetram o manancial d'água e são inaladas e ingeridas por pessoas a uma distância considerável do local de detonação da bomba.
Cientistas estudaram os sobreviventes dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki (em inglês/japonês) para compreender os efeitos de curto e longo prazo das explosões nucleares sobre a saúde humana. A radiação e a precipitação radioativa afetam as células responsáveis pela divisão ativa (cabelo, intestino, medula óssea, órgãos de reprodução). Algumas dos problemas de saúde incluem:
Estes problemas freqüentemente aumentam o risco de ocorrência de:
  • leucemia;
  • câncer;
  • infertilidade;
  • deficiências congênitas.
Cientistas e físicos ainda estão estudando os sobreviventes das bombas lançadas sobre o Japão e aguardam mais resultados.
Na década de 80, cientistas avaliaram os possíveis efeitos de uma guerra nuclear, isto é, bombas nucleares explodindo em diversos locais do planeta, e propuseram a teoria de que o "inverno nuclear" pudesse ocorrer. Em um cenário de inverno nuclear, as explosões de muitas bombas levantaria muitas nuvens de poeira e material radioativo, que teriam uma rápida penetração na atmosfera terrestre. Estas nuvens poderiam bloquear a luz solar. O nível baixo de luz solar poderia diminuir a temperatura do planeta e reduzir a fotossíntese realizada pelas plantas e bactérias. A redução da fotossíntese romperia a cadeia alimentar, causando a extinção em massa da vida (incluindo a vida humana). Este cenário é semelhante à hipótese de um asteróide proposta para explicar a extinção dos dinossauros. Os proponentes do cenário de inverno nuclear apontaram para a existência de nuvens de poeira e resíduos que viajaram muito além do planeta, após as erupções vulcânicas do Monte Santa Helena, nos Estados Unidos, e do Monte Pinatubo, nas Filipinas.
As armas nucleares possuem um incrível poder de destruição a longo prazo, que ultrapassaria em muito o alvo original. É por essa razão que os governos mundiais buscam uma tentativa de controlar a difusão da tecnologia de armamento nuclear e seus materiais, bem como a redução do arsenal de armas nucleares empregadas durante a Guerra Fria.

IMAGENS:

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Desastre de Chernobyl - Reportagem Discovery Channel - Parte 1 a 9

Movimentos Contra a Utilização da Energia e Armamento Nucleares

18/03/2011-11h01

Greenpeace pede à Dilma fim do uso da energia nuclear no Brasil

Ativistas do Greenpeace fizeram nesta sexta-feira um ato em frente ao Palácio do Planalto pedindo à presidenta Dilma Rousseff o fim do uso da energia nuclear no país.
Vestidos com capas de proteção e máscaras, um grupo subiu a rampa do Planalto e abriu uma faixa com a frase "A energia que mata. Dilma, nuclear não".
Citando o acidente na Usina Nuclear de Fukishima, no Japão, os manifestantes pedem a suspensão da construção da Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, e a paralisação dos investimentos em energia nuclear.
"Pedimos que a presidenta Dilma tome um posicionamento mais ágil em relação à energia nuclear. Países como a Alemanha já cancelaram o funcionamento de reatores mais antigos. Podemos ser o primeiro grande país a usar 100% de energia limpa", disse Ricardo Baitelo, responsável pela campanha de energia do Greenpeace.
Representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República conversaram com os ativistas e receberam o manifesto do Greenpeace.
O secretário de articulação social, Antônio Lambertucci, disse que a demanda da organização será encaminhada a Dilma. "Essa demanda vai chegar à presidente por meio do ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho. Nos colocamos à disposição para recebê-los porque nossa função é dialogar", disse Lambertuci.
Três manifestantes do Greenpeace permaneceram por alguns minutos sentados embaixo da rampa do Palácio do Planalto e foram conduzidos pela segurança à Polícia Federal.
Sergio Lima/Folhapress
Vestido com capas de proteção e máscara, grupo sugiu rampa do Planalto com faixa de protesto
Situação nas Usinas do Japão
Japão: entenda a situação das usinas nucleares após o terremoto14 de março de 2011 14h12 atualizado em 15 de março de 2011 às 13h38

14 de março - Visão aérea mostra o reator 3 da usina nuclear Fukushima Daiichi em chamas após a explosão registrada nesta segunda-feira. Foto: ReutersVisão aérea mostra o reator 3 da usina nuclear Fukushima Daiichi em chamas após a explosão nuclear
No dia 11 de março, o Japão foi atingido por um terremoto de 9 pontos na escala Richter - segundo medição feita pela agência meteorológica japonesa (8,9, segundo os EUA), o maior da história do Japão. O fenômeno provocou um tsunami que deixou um saldo de milhares de mortos. O tremor e a inundação deixaram um rastro de destruição no país, além de colocar em perigo a integridade das diversas usinas nucleares responsáveis por gerar a energia elétrica. Foram registradas duas explosões na usina Fukushima Daiichi, provocadas por problemas de resfriamento e mais de 180 mil pessoas foram evacuadas de áreas próximas às instalações nucleares. Veja a situação de cada uma delas:
Fukushima Daiichi
Foram registradas três explosões e um incêndio na usina de Fukushima Daiichi. No sábado (12), houve uma explosão no reator 1. Outra explosão ocorreu na unidade 3, na segunda-feira (14), que deixou ao menos seis feridos. Na terça-feira (15, horário local), o reator 2 explodiu. No mesmo dia, houve um incêndio na unidade 4.
No sábado foi dispersado vapor para amenizar a pressão dentro do reator 1, além da contaminação por Césio 137 e Iodo 131 nos arredores da usina. O incidente foi classificado como de nível 4, em uma escala de 7.
Moradores em um raio de 10 km foram evacuados. Após a explosão, a evacuação de se estendeu a 20 km. No domingo (13), foi liberado vapor para controlar a pressão na unidade 3, mas problemas no resfriamento ocasionaram o acúmulo de hidrogênio, o que teria ocasionado a explosão.
Na unidade 3, o fornecimento de energia para controlar o aquecimento é feito por meio de geradores. O sistema de injeção de alta pressão e outras tentativas de resfriamento falharam. A partir de então, foi iniciada a injeção de água do mar e do elemento químico boro. Os níveis de água estavam estáveis, mas não aumentaram no reator, e a razão ainda era desconhecida. Para diminuir a pressão, no domingo (13) foi iniciado o procedimento de liberação de pressão para amenizar a concentração de hidrogênio. O prédio está intacto na parte exterior.
Na segunda-feira (14), as autoridades japonesas informaram que a unidade 1 está sendo alimentada por geradores e que o resfriamento do reator está sendo feito com água do mar e boro. Por causa da explosão de sábado, a parte de fora do prédio foi destruída.
Na terça-feira (15), autoridades afirmaram que o incêndio provocado pela explosão no reator 2 liberava material radioativo diretamente na atmosfera. Em seguida, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que as chamas na unidade 4 estavam extintas.
A usina Fukushima Daiichi, localizada na cidade de Naraha, foi a primeira a apresentar problemas após o terremoto ocorrido na sexta-feira (11). O sistema de resfriamento alimentado por geradores a diesel haviam sido danificados pela inundação do tsunami, e até agora são utilizados geradores auxiliares. Três reatores funcionavam no momento do acidente.
Fukushima Daini
Os moradores em um raio de três quilômetros foram evacuados e as pessoas que vivem em um raio de 10 km foram orientadas a permanecerem dentro de suas casas. Após a explosão na Fukushima Daiichi, a evacuação aumentou para um raio de 10 km. No domingo (13), foi erroneamente divulgada a emissão de vapor na Daini. O único incidente foi relacionado à morte de um operário foi um acidente com um guindaste, que deixou outros quatro feridos.
Segundo o relatório mais recente, divulgado nesta segunda-feira (14), todas as unidades estavam sobre controle e os trabalhadores usam resíduos removedores de calor capara controlar a temperatura.
Onagawa
Ainda na sexta-feira (11), as autoridades japonesas relataram um incêndio na usina de Onagawa, mas não foi reportada a emissão de radiação. No domingo (13) foi relatado o mais baixo estado de emergência na usina, mas as autoridades informaram que a situação dos três reatores estava sob controle. O alerta foi emitido porque os níveis de radiação haviam excedidos os níveis aceitáveis, mas as autoridades investigavam a origem. Mais tarde, o alerta foi revogado já que os níveis de radiação haviam sido reduzidos.
Tokai
A usina, localizada na província de Ibaraki, foi desligada na sexta-feira (11), mas não foi reportada a emissão de radiação. No domingo (13) foram reportados problemas no sistema de refrigeração.
Tratados Contra Armamento Nuclear:

Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares

Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP)
NPT Participation.svg
Participação por país no Tratado de Não-Proliferação Nuclear
██ Assinados e ratificados
██ Aderiram
██ Membro cumpridores por tratado
██ Retirado
██ Não-signatário
Assinado
- local
1 de julho de 1968
Nova York, Estados Unidos
Em vigor
- condição
5 de março de 1970
Ratificação pelo Reino Unido, União Soviética, Estados Unidos e outros 40 Estados signitários.
Partes189 países
O Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) é um tratado entre Estados soberanos assinado em 1968, em vigor a partir de 5 de março de 1970. Atualmente conta com a adesão de 189 países, cinco dos quais reconhecem ser detentores de armas nucleares: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China - que são também os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.  Em sua origem tinha como objetivo limitar o armamento nuclear desses cinco países (a antiga União Soviética foi substituída pela Rússia). Nos termos do tratado, esses países ficam obrigados a não transferir essas armas para os chamados "países não-nucleares", nem auxiliá-los a obtê-las. A China e a França, entretanto, não ratificaram o tratado até 1992.
Considerado pelos seus signatários como pedra fundamental dos esforços internacionais para evitar a disseminação de armas nucleares e para viabilizar o uso pacífico de tecnologia nuclear da forma mais ampla possível, paradoxalmente apoia-se na desigualdade de direitos, uma vez que congela a chamada geometria do poder nuclear em nome da conjuração do risco de destruição da civilização.
Estados Unidos, Rússia, França, Inglaterra e China – todos signatários do TNP - possuem 90% das armas nucleares, sendo o restante distribuído entre Índia, Paquistão e Israel.

Obama e Medvedev assinam tratado de desarmamento nuclear

08 de abril de 2010 | 10h 11

Os Estados Unidos e a Rússia assinaram na quinta-feira em Praga um histórico tratado de desarmamento nuclear, na esperança de que isso prenuncie uma melhora nas suas relações bilaterais e pressione outros países a abandonarem suas ambições de possuírem bombas atômicas.


Os presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev assinaram o pacto em uma cerimônia no castelo medieval de Praga, após uma reunião em que trataram de segurança nuclear, do programa atômico iraniano e da revolução na estratégica ex-república soviética do Quirguistão.

O acordo reduzirá em 30 por cento nos próximos sete anos o arsenal estratégico instalado dos dois ex-inimigos da Guerra Fria, mas ainda assim as ogivas remanescentes seriam suficientes para uma destruição mútua.

As duas principais potências nucleares do mundo precisam demonstrar que levam a sério a tarefa de reduzir seus arsenais, pois isso lhes dará moral para exigir que países como Irã e Coreia do Norte renunciem às suas ambições nucleares. Teerã nega ter a intenção de desenvolver armas nucleares, enquanto Pyongyang não esconde que já as possui.

Fontes da Casa Branca disseram a jornalistas que Obama discutiria com Medvedev a possibilidade de novas sanções da ONU ao Irã, mas que nenhum anúncio específico seria feito.

"Os russos já estão comprometidos em responsabilizar o Irã por meio do regime multilateral de sanções", disse o assessor-adjunto de Segurança Nacional do governo Obama, Ben Rhodes.

A situação no Quirguistão, onde protestos oposicionistas forçaram o presidente Kurmanbek Bakiyev a renunciar na quarta-feira, também acabou se impondo na pauta do encontro, já que tanto os EUA quanto a Rússia têm bases militares nesse país pequeno e pobre da Ásia Central. No caso dos EUA, sua base aérea na localidade de Manas é vital para o abastecimento das forças da Otan no Afeganistão.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, conversou por telefone na quinta-feira com a líder oposicionista Roza Otunbayeva, na prática reconhecendo-a como presidente interina do Quirguistão. Não está claro se os EUA farão o mesmo.

A assinatura do tratado nuclear Start 2, que substitui um pacto nuclear de 1991, ocorre dois dias depois de Obama anunciar uma mudança na doutrina nuclear dos EUA, pela qual Washington se compromete a jamais usar seu arsenal atômico contra países que não possuam armas nucleares e que cumpram suas obrigações perante o regime de não-proliferação.

Nos dias 12 e 13, Obama será o anfitrião de uma cúpula em Washington para discutir questões de segurança nuclear global. Há cerca de um ano, ele declarou, também em Praga, que almeja ver o mundo livre de armas nucleares.

Ao chegar na quarta-feira a Praga, Medvedev disse que o tratado pode ter um papel considerável no futuro do desarmamento.

Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca, disse esperar que o Senado dos EUA ratifique o tratado ainda antes das eleições parlamentares de novembro.


Bombas Japão

Os Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki foram ataques nucleares ocorridos no final da Segunda Guerra Mundial contra o Império do Japão realizados pela Força Aérea dos Estados Unidos da América na ordem do presidente americano Harry S. Truman nos dias 6 de agosto e 9 de agosto de 1945. Após seis meses de intenso bombardeio em 67 outras cidades japonesas, a bomba atômica "Little Boy" caiu sobre Hiroshima numa segunda-feira. Três dias depois, no dia 9, a "Fat Man" caiu sobre Nagasaki. Historicamente, estes são até agora os únicos ataques onde se utilizaram armas nucleares. As estimativas, do primeiro massacre por armas de destruição maciça, sobre uma população civil, apontam para um número total de mortos a variar entre 140 mil em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki, sendo algumas estimativas consideravelmente mais elevadas quando são contabilizadas as mortes posteriores devido à exposição à radiação.A maioria dos mortos eram civis.

As explosões nucleares, a destruição das duas cidades e as centenas de milhares de mortos em poucos segundos levaram o Império do Japão à rendição incondicional em 15 de agosto de 1945, com a subsequente assinatura oficial do armistício em 2 de setembro na baía de Tóquio e o fim da II Guerra Mundial.

Ficheiro:Implosion bomb animated.gifReação de implosão no núcleo de uma Bomba atômica.

Paises que possuem armas nucleares


Declaradamente apenas 8 países possuem armas nucleares eles são: Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França, Índia, Paquistão e Ucrânia. Porém outros países também possuem armas nucleares a Coréia do Norte é um deles.Em 8 de outubro de 2006, a Coréia do Norte realizou alguns testes nucleares no seu subsolo. Além disso acredita-se que Irã e Iraque também possuam armas nucleares.

Existem três países: Japão, Itália e Alemanhã que não podem sequer deixar passar pelo seu território qualquer tipo de armas nucleares.

Corrida nuclear: Guerra fria

Corrida nuclear:

A Guerra Fria amplia-se a partir de 1949, quando os soviéticos explodem sua primeira bomba atômica e inauguram a corrida nuclear. Os EUA testam novas armas nucleares no atol de Bikini, no Pacífico, e, em 1952, explodem a primeira bomba de hidrogênio. A URSS lança a sua em 1955. As superpotências criam blocos militares reunindo seus aliados, como a OTAN, que agrega os anticomunistas, e o Pacto de Varsóvia, do bloco socialista.

Com a descoberta da instalação de mísseis soviéticos em Cuba, em 1962, os EUA ameaçam um ataque nuclear e abordam navios soviéticos no Caribe. A URSS recua e retira os mísseis. O perigo nuclear aumenta com a entrada do Reino Unido, da França e da China no rol dos detentores de armas nucleares. Em 1973, as superpotências concordam em desacelerar a corrida armamentista, fato conhecido como Política da Détente. Esse acordo dura até 1979, quando a URSS invade o Afeganistão. Em 1985, com a subida ao poder do líder soviético Mikhail Gorbatchov, a tensão e a guerra ideológica entre as superpotências começam a diminuir. O símbolo do final da Guerra Fria é a queda do Muro de Berlim, em 1989. A Alemanha é reunificada e, aos poucos, dissolvem-se os regimes comunistas do Leste Europeu. Com a desintegração da própria URSS, em 1991, o conflito entre capitalismo e comunismo cede lugar às contradições existentes entre o hemisfério norte, que reúne os países desenvolvidos, e o hemisfério sul, onde está a maioria dos subdesenvolvidos.
Guerra Fria

A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo.

A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.

A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã.